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Cerignola
08 Aprile 2025

Cerignola (AFI: [tʃeriɲˈɲɔ:la], Cerignoul no dialeto local) é uma cidade italiana com 56.945 habitantes, localizada na província de Foggia, na região da Puglia, situada nas proximidades do vale do rio Ofanto, sobre suaves colinas que delimitam a borda sul do Tavoliere.
É o município mais extenso da região da Puglia e de todo o sul da Itália, e o terceiro maior do país, superado apenas por Roma e Ravenna. Os habitantes são chamados de cerignolani.
O brasão municipal retrata uma cegonha quebrando uma serpente, lembrando a lenda segundo a qual a cidade foi salva por cegonhas durante uma invasão de serpentes.
Os dois terços superiores do fundo do brasão são azuis, simbolizando o céu claro, enquanto o terço inferior é dourado, representando o trigo, principal produto agrícola de Cerignola.
A cidade está localizada nas imediações do baixo vale do Ofanto, uma faixa de terra que acompanha as margens do rio homônimo, entre as colinas que delimitam o lado sul do Tavoliere delle Puglie, sobre as bacias dos rios Ofanto e Carapelle, em uma das áreas agrícolas mais vastas e férteis da Puglia.
Destaque para as históricas lutas camponesas lideradas por Giuseppe Di Vittorio, que garantiram maiores direitos aos trabalhadores rurais, como o famoso 50% para os meeiros, além de um importante marco para a afirmação do papel sindical na Itália.
Cerignola é também a cidade natal do linguista Nicola Zingarelli (1860–1935), autor do célebre dicionário da língua italiana, e do compositor Pasquale Bona (1808–1878).
É sede episcopal da Diocesi di Cerignola-Ascoli Satriano.
Lugares a visitar: Duomo Tonti, Piano delle Fosse Granarie e o Museo del Grano, a Chiesa Madre e o centro histórico conhecido como “Terra Vecchia”, a Chiesa del Purgatorio e o Teatro Comunale Mercadante.
Cerignola é também mundialmente famosa pela sua azeitona gigante com selo DOP, a “Bella di Cerignola”, exportada e apreciada internacionalmente.
Venerdì di Passione (sexta-feira antes do Domingo de Ramos)
Abre os ritos da Semana Santa a procissão de Maria Perdolente, no bairro Torricelli, instituída por decreto episcopal em 22 de fevereiro de 2008, com a fórmula "Ad Perpetuam Rei Memoriam".
O simulacro representa Maria Addolorata (Nossa Senhora das Dores) aos pés da cruz. O cortejo é marcante pela singularidade dos trajes dos portadores e das Perdolenti, que usam uma cappa nera (capa preta), simbolizando a dor de Maria, acompanhada da antiga lauda "Stabat Mater dolorosa", com música do Maestro di cappella de Monreale, Vivona.
A procissão é aberta pela Croce Calvarica, acompanhada por dois penitentes descalços vestidos de vermelho.
Destaca-se a figura do "Cireneo" ou "Cristo Rosso" — um penitente com túnica e capuz vermelhos, coroa de espinhos na cabeça e uma corda áspera na cintura, carregando uma pesada cruz.
Ele caminha descalço, com passos lentos e joelhos dobrados, mostrando o peso real da cruz. Sua marcha, ao ritmo das músicas sacras, com paradas e retomadas, é a máxima expressão do mistério da via dolorosa.
VENERDI’ SANTO (Sexta-feira Santa):
*Processione dei Misteri (de manhã bem cedo)
Após o Ofício das Leituras, parte da Chiesa della Addolorata a procissão dei Misteri, organizada pela Confraternita dell’Addolorata.
A tradição pode remontar ao século XVIII: as estátuas de madeira datam de 1780 e foram feitas por Brudaglio. A imagem da Virgem é uma estátua de tipo manequim, vestida, da escola napolitana, datada de meados do século XIX, doada pelos Cônegos Rinaldi.
As cinco estátuas representam:
- Jesus em oração no Horto
- Jesus à Coluna
- Jesus com a cana (Ecce Homo)
- Jesus carregando a Cruz
- Jesus Crucificado (adicionado na última década)
As imagens são levadas nos ombros por homens com túnicas vermelhas. Como em todas as procissões da Semana Santa, está presente a figura do Cireneo, membro da mesma confraria.
A procissão percorre o centro da cidade e retorna por volta do meio-dia.
*Processione della Desolata (no final da tarde)
Ao anoitecer, parte da Chiesa Madre — antigamente da Chiesa di Sant’Agostino — localizada na zona antiga chamada Terra Vecchia, a procissão della Desolata.
O grupo escultórico, de meados do século XIX, é composto por:
- a Madonna Addolorata, com roupas pretas bordadas e um coração de prata transpassado por uma espada,
- o Cristo morto, deitado em seu colo,
- dois anjos com os símbolos da Paixão: a coroa de espinhos e o cartiglio INRI,
- e um anjo que consola a Virgem.
Acima do grupo, uma cruz com sudário.
A procissão é organizada, desde tempos antigos, pela Arci Confraternita del Santissimo Sacramento, percorre as ruas do centro histórico, liderada pela Croce Calvarica, seguida pelos fiéis, confrades e dois Cirenei.
*Processione di Cristo Morto
Às 22h parte da Chiesa del Purgatorio a solene procissão di Cristo Morto, seguida pelo simulacro da Madonna Addolorata, organizada pela Arci Confraternita della Morte ed Orazione.
A estátua do Cristo, do século XVIII, é transportada em um antigo esquife por homens com túnica e capuz violeta, com uma corda áspera na cintura, acompanhados por mulheres vestidas de preto, com tochas nas mãos.
A Madonna Addolorata também é levada nos ombros por portadores encapuzados.
Dois Cirenei participam: um precede o esquife de Jesus morto e o outro precede a imagem da Virgem.
Desde o ano passado, esta se tornou a procissão oficial da cidade, com a presença do Bispo, do clero, das associações religiosas, da Ordem dos Cavaleiros do Santo Sepulcro e da população.
As marchas que acompanham a procissão são “Gesù mio” e “O fieri flagelli”, compostas por Sant’Alfonso Maria de’ Liguori.
SABATO SANTO:
*Processione di Maria SS. della Pietà, San Giovanni e le Pie Donne
Na manhã do Sábado Santo, parte da Chiesa di Sant’Antonio di Padova a procissão de Maria SS. della Pietà, San Giovanni e le Pie Donne, organizada pela Confraternita di Maria Santissima della Pietà.
Fazem parte do cortejo as estátuas de:
- Maria SS. della Pietà,
- Maria di Magdala,
- San Giovanni,
- Maria di Cleofa.
Originalmente, esta procissão ocorria na Quinta-feira Santa, após a Missa in Coena Domini, e percorria o centro da cidade.
Em 1992, com acordo do Diretor Espiritual e da Cúria Episcopal, foi transferida para o Sábado Santo, para evitar interferências com as adorações eucarísticas da quinta-feira.
Participam muitas mulheres portadoras, que carregam as estátuas (exceto a da Madonna, levada por homens).
As mulheres vestem capas vermelhas e os homens, trajes pretos.
Também nesta procissão está presente a figura do Cireneo.
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